A palavra estela, provém do grego stela, que significa pedra erguida ou alçada.
Perto da localidade de Castelões, Chaves, foram encontradas no ano de 2012, duas estelas, distanciadas cerca de 12 metros uma da outra.
O local do achado ( 41º 48’
19.87’’ N, 07º 34’ 20.73’’ O) situa-se perto de um caminho que liga Castelões a Meixide, a uma cota perto dos 1000m, de vastíssimo horizonte visual, sem vestígios de qualquer função funerária.
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Castelões I (Silva, 2013, p.630, fig.1) |
A primeira estela, denominada Castelões I, é um monólito de espessura regular, de granito da região, de tonalidade acinzentada,
conhecido justamente como “granito de Castelões”,
com muito quartzo e mica preta.
Possui cerca de 1,50 m de altura (dos quais cerca de 0,20 m enterrados), 1,20 m de largura (média) e 0,25 m de espessura.
O seu reverso é tosco, enquanto que o anverso foi alisado para permitir a figuração.
Possui gravado um escudo ao centro, com cinco círculos concêntricos.
Por baixo do escudo está uma espada completa, enquanto que à direita existe uma lança na vertical.
À esquerda do escudo,
visualiza‑se, em posição invertida, um espelho, de
disco subcircular com pé.
De realçar ainda, a evidência da estela ter sido ornamentada na sua orla periférica com um denticulado em zig-zag.
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Castelões II (Silva, 2013, p.630, fig.2) |
A segunda estela - Castelões II, é igualmente um monólito, mas neste caso de granito amarelo, não existente na região, com muito feldspato, quartzo miúdo, pouca moscovite e muita biotite.
As suas dimensões são ligeiramente inferiores à outra - cerca de 1,50 m de altura (dos quais cerca de 0,25 m enterrados), 1,15 m de largura (média) e 0,15 m de espessura.
De configuração similar à anterior, com o anverso igualmente plano e alisado e o reverso tosco, ao natural.
A parte superior foi igualmente boleada, enquanto a
parte inferior, para enterramento, não terá vestígios
de especial tratamento.
O escudo ocupa a parte central, sendo constituído por três aros concêntricos. São notáveis os pormenores do mesmo, com detalhes da pega central e do cravejamento que fixaria as tiras de couro ou capas de metal ao suporte.
Por baixo do escudo, está figurada uma espada completa, enquanto que na parte superior está representada uma lança com
haste comprida e ponta foliácea.
São ainda notórios os seguintes elementos: uma ponta de lança; um círculo, representando a cabeça e linha dorsal vertical com membros superiores e inferiores abertos; um pequeno canídeo ou cervídeo, com cauda, patas e
orelhas ou armadura representadas por segmentos
lineares e um motivo geométrico,
com dois círculos quase concêntricos.
A orla exterior possui igualmente um denticulado em zig‑zag, ainda visível em quase todo o seu perímetro.
Dadas as suas características, poderemos datá-las dos finais da Idade do Bronze.
Após a sua descoberta, as estelas foram movidas para o local onde se encontram presentemente, em Castelões, onde poderão ser visitadas e apreciadas.
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As duas estelas, na localidade de Castelões (foto extraída do blogue "Castelões - Aldeia Transmontana). |