The God Delusion

Como a esmagadora maioria, a minha formação religiosa foi ditada pelo local onde nasci. Foi o catolicismo, como poderia ser o judaísmo, a cientologia, o hinduísmo, o candomblé ou o islão.

Enquanto criança, o meu imaginário sempre esteve repleto de deuses e de demónios.

O receio de pisar o risco era enorme, com a imagem do fogo do inferno a atormentar-me. Como se tal não bastasse, havia ainda o medo do escuro, das bruxas, dos mortos, das almas… As idas à missa e à catequese, as dolorosas confissões, o terço rezado à noite na penumbra da igreja, o tom dilacerante e monocórdico das ladainhas…

Todos estes factores provocavam em mim uma onda de sentimentos e emoções bem distantes do amor apregoado.

Felizmente cresci! Os meus neurónios começaram a fazer deduções lógicas e a realidade sobrepôs-se à ficção.

Agora, quando contemplo o céu, faço-o não com receio e temor, mas antes com enorme admiração, um forte sentimento de partilha com as nossas ínfimas origens, uma grande sensação de pequenez, pois habitamos um pequeno calhau errante, e uma simultânea grandiosidade, pela incrível combinação atómica que nos permite ser como somos.

Embora sem pretensões a juiz, sempre gostei de conhecer as diferentes versões, pois só assim poderei chegar a uma decisão equilibrada.

Eis um debate magnífico (mais de uma hora de duração) entre dois notáveis cientistas - Richard Dawkins e John Lennox, centrado na existência de deus e nas questões abordadas por Dawkins no seu livro The God Delusion, traduzido para português como A Desilusão de Deus.